Pai Nosso Letra

Pai Nosso Letra

A oração da Igreja

A letra do Pai Nosso é a letra da oração mais conhecida do cristianismo.

Todas as orações têm seu valor, algumas delas chamam nossa atenção em seu título ao se autodenominarem “orações fortes”, e realmente não podemos duvidar da força de nenhuma oração, mas não há força maior do que a oração que o próprio Cristo nos ensinou, portanto, ore o Pai Nosso com muita fé pelo menos uma vez por dia.

Pai Nosso Letra:

Pai Nosso que estais nos Céus,
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.

Letra do significado do Pai Nosso:

Podemos dividir a passagem do Pai Nosso em dois momentos. No primeiro momento, observamos três pedidos ao Senhor: a Ele mesmo, ao Seu Reino e à Sua vontade.

No segundo momento, percebemos que os pedidos são apresentados no coletivo, ou seja, “nós” e não no singular, “eu”. A ideia de ser cristão é viver em comunidade e, nessa oração, encontramos palavras importantes como alimento, perdão e vencer sobre a tentação. Ninguém consegue ser cristão sozinho.

A Oração do Pai Nosso, segundo a tradição apostólica, está enraizada na oração litúrgica. Jesus nos ensina a fazermos uma oração comum por todos os nossos irmãos. Ele não diz “meu Pai”, mas sim “nosso Pai que estás nos céus”, para que façamos a oração numa só alma por todo corpo da Igreja.

Onde está escrito o Pai Nosso na Bíblia?

A Oração do Pai Nosso está escrita no evangelho de São Lucas (Lucas 11, 2-4) em um breve formato, com cinco petições e no evangelho de São Mateus (Mateus 6, 9-13), onde é apresentada numa versão mais desenvolvida, com sete petições, a qual foi retida pela Igreja Católica em sua tradição litúrgica.

O contexto da oração em Mateus é uma parte de um discurso, sobre um povo sofrido que ora grandiosamente, simplesmente com a finalidade de ser visto orando; Mateus descreve Jesus ensinando as pessoas a orar “segundo a fórmula” dessa oração. Tendo em conta a estrutura da oração, fluxo de sujeito e ênfases, uma interpretação da Oração do Senhor é como uma orientação sobre como orar em vez de aprender algo ou repetir por hábito. Há outras interpretações sugestivas que a oração foi concebida como uma oração específica a ser usada.

Como já foi falado, encontramos o Pai Nosso em dois livros do Novo Testamento: Mateus e Lucas. No entanto, a oração não aparece da mesma forma ou no mesmo local nos dois Evangelhos. Em Mateus, o Pai Nosso está inserido no Sermão da Montanha, quando Jesus ensina os Seus seguidores a rezar com humildade.

No Evangelho de Lucas, o Pai-Nosso é a resposta de Jesus ao pedido dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos.” (Lucas 11,1). Por isso, Jesus responde com uma versão um pouco mais curta do Pai Nosso do que a que encontramos no Evangelho de Mateus. Os academicos continuam a debater as suas diferenças. No entanto, os dois contextos nos mostram porque rezamos o Pai Nosso.

Detalhes da Letra do Pai Nosso:

Pai Nosso

Como já foi referido, as três primeiras petições nos levam à glória do Pai, louvando-o e nomeando a nossa relação com ele.

O amor que Deus tem por nós é o amor incondicional, íntimo e abrangente de um pai. Ao dizer quem é, Deus nos mostra quem somos. Se Deus é nosso Pai, então somos Seus filhos e filhas. Somos então convidados a nos aproximarmos de Deus com uma confiança de criança e a amar como Ele ama. Jesus ensinou-nos a usar a palavra “nosso”. A Boa Nova é para nós, para todos. No resto da oração, usamos a palavra “nós”. Esta oração não exclui ninguém. O amor e a paternidade de Deus são para todos nós.

Que estás no céu

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, o céu “não significa um lugar, mas um modo de ser; não significa que Deus está distante, mas majestoso”. Continuando, lemos: “O nosso Pai não está ‘em outro lugar’: ele transcende tudo o que podemos conceber da sua santidade”.

Estamos todos a caminhar para a nossa última morada na casa do Pai – não um lugar como muitas vezes imaginamos, mas um estado de graça, alegria e verdadeira paz. É aí que Deus reside e onde nos convida a estar com Ele, agora e para toda a eternidade.

Santificado seja o vosso nome

Em toda a Escritura, há uma ênfase constante no nome de Deus. O fato de Deus nos dar o seu nome nos mostra que não é um ser desligado de nós. Pelo contrário, Deus está próximo de nós, investiu em nós e é profundamente pessoal. A palavra santificar significa reverenciar, honrar, respeitar, tornar santo. Temos o privilégio de conhecer o nome de Deus e de O invocar. Temos a liberdade de desrespeitar o nome de Deus, de o envergonhar, ou de o glorificar e de o santificar. Quando rezamos o Pai Nosso, reconhecemos a santidade do nome de Deus. E também rezamos para que possamos santificar o Seu nome através das nossas vidas.

Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu

Jesus resume todos os mandamentos num só: amar a Deus e nos amarmos uns aos outros como Deus nos ama. Este mandamento exprime o que é a vontade de Deus. Isto parece simples até nos apercebermos da radicalidade do amor: o amor é Jesus crucificado, morrendo pelos nossos pecados. O amor é a base do reino que Jesus nos ensinou. É um reino onde os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros.

Quando rezamos “venha a nós o vosso reino”, pedimos a Jesus que cumpra a sua promessa de que voltará no Último Dia. Pedimos também a Deus que traga o seu Reino aqui e agora, para que o possamos refletir nas nossas vidas. Isto cultiva o nosso desejo de levar uma antecipação do céu a todas as pessoas que encontramos.

Aprendemos a estar abertos à vontade de Deus e a construir o Seu reino na terra através da oração. Cada vez que rezamos o Pai Nosso, pedimos a Deus que nos guie na entrega da nossa vontade e que depositemos toda a nossa confiança n’Ele. Ao desejarmos a vontade de Deus acima da nossa, deixamos de ter o nosso controle. Só depois da nossa rendição é que nos tornamos mais “nós” próprios do que nunca. Só então poderemos amar como Deus e permitir que o Seu reino floresça.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje

Entramos agora na segunda parte do Pai Nosso, em que pedimos a ajuda de Deus.

Quando Deus salvou os israelitas da escravatura, conduziu-os ao deserto. E ali, todas as manhãs no deserto, Deus enviava-lhes o maná – flocos que se transformavam em pão. Todos podiam comer a sua dose diária, mas o maná apodreceria se o tentassem guardar durante a noite. Ao nos ensinar a pedir o pão nosso de cada dia, Jesus nos convida a encontrar a paz na confiança que temos nele para nos sustentar todos os dias, tal como fez com os israelitas. Deus deseja que estejamos plenamente presentes, sem olhar para trás com arrependimento ou para a frente com ansiedade, mas para amar e servir onde estamos, aqui e agora.

Para além do pão que Deus deu aos israelitas, em João, capítulo 6, Jesus declara: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” Quando pedimos o pão nosso de cada dia, reconhecemos que o Pai nos dá Jesus na Eucaristia como o nosso alimento mais verdadeiro. Jesus é o pão quotidiano de que necessitamos para nos alimentar, para nos saciar e para nos conduzir à vida eterna.

E nos perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido

A primeira parte desse pedido está condicionado à segunda: para sermos perdoados, temos de perdoar. Quando não conseguimos reconhecer e transmitir o perdão que Deus nos deu, nos afastamo de Deus, a nós e aos outros. Só somos capazes de perdoar porque nós próprios fomos perdoados. Jesus nos mostra como e nos dá força para fazer como ele fez, perdoando-nos primeiro. Através da oração, da procura de conselhos de mentores espirituais e da receção de sacramentos como a Eucaristia e a Reconciliação, Deus derrama a sua graça sobre nós, forjando em nós a capacidade de perdoar. Ao incluir esta petição na oração do Senhor, Jesus nos recorda que não podemos entregar o nosso coração a Deus se nele houver animosidade para com os outros.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

A redação deste pedido é confusa devido à dificuldade de traduzir o original grego para português. Pode parecer que estamos pedindo a Deus que não nos deixe cair em tentação, mas Deus não nos tenta contra Ele mesmo. Pelo contrário, Deus quer nos libertar do mal. Por isso, neste pedido, pedimos a Deus que não nos deixe seguir o caminho que conduz ao pecado.

Nos voltamo para Deus e pedimos-lhe que nos ajude a distinguir entre a sua voz e as vozes que tentam nos afastar dele. Para distinguir estas vozes, basta fazer perguntas como: “Este pensamento ou desejo me aproxima de Deus? Será que isto me abre à bondade, à verdade e à beleza? Esta ação mostrará o amor de Deus aos outros e a mim próprio?

Amém.

Significando “assim seja”, quando dizemos “amém”, estamos dizendo que acreditamos e significamos tudo aquilo por que acabámos de rezar.